terça-feira, 29 de maio de 2012

Livro - Uma Questão de Confiança

Este foi o último livro que li e devo admitir que fiquei muito bem impressionada. Foi uma surpresa, na verdade. Tinha acabado de ler Esteiros e resolvi pegar no primeiro livro que me apareceu à frente cá em casa. Meti-o na mala e comecei a lê-lo no dia seguinte, enquanto ia nos transportes a caminho do trabalho. Estava à espera de encontrar uma história muito básica e lamechas, um bocado ao estilo da obra de Nicholas Sparks, que é muito boa quando se lê um ou dois romances, mas que, nos seguintes, começa a ser mais do mesmo.
Afinal não foi isso que aconteceu. Uma Questão de Confiança retrata a história de um casal divorciado, com uma filha pequena: ela, uma mulher determinada, habituada a lutar e conseguir o que quer, mas que lida diariamente com a mágoa de um casamento pelo qual lutou e que não resultou; ele, um homem que vive com a culpa de ter destruído o seu casamento com um problema de droga que, durante anos, julgou (erradamente) estar sob o seu controlo.
Não é que a história seja fantástica. É simples, leve, a típica história romântica. No entanto, a escrita de Tiago Rebelo e as viagens que faz, na narração, entre o passado e o presente são muito envolventes e dão vontade de não interromper a leitura. Deixou-me a curiosidade de ler outros trabalhos deste autor.Está claro que recomendo este livro!

domingo, 27 de maio de 2012

Rock in Rio 2012 - 26 de Maio

A melhor coisa que fiz foi comprar o bilhete para o dia 26 de Maio do Rock in Rio. As bandas que actuaram no Palco Mundo foram excelentes e os seus concertos à altura das expectativas. Os últimos a actuar foram os Smashing Pumpkins e, como eram os que pior conhecia, já não estive muito atenta quando subiram ao palco. The Offspring, tal como há quatro anos atrás, voltaram a fazer um concerto que valeu pelas músicas com que cresci, porque não são uma banda que interaja muito com o público e isso é algo que eu valorizo.
Mas Limp Bizkit e Linkin Park foram mesmo do melhor! Nunca tinha visto Limp Bizkit ao vivo e adorei! Interagem muito com o público, têm energia e dão um concerto muito bom! Quanto aos Linkin Park, já os tinha visto em 2008 e sabia o que eles valiam. Mas, ainda assim, conseguiram superar as expectativas e fazer deste um concerto ainda melhor do que o que deram no Rock in Rio 2008!
Comprar o bilhete para o RiR valeu bem a pena! Quem não pôde ir, nem sabe o que perdeu. Ou, se viu através da televisão, talvez saiba que não pode perder novamente! Foi o que me aconteceu: depois de ver o espectáculo que os Metallica deram no dia anterior no Palco Mundo, percebi que nunca mais poderia perder uma actuação deles em Portugal.

Cultura - World Press Photo

Este ano, tive oportunidade de ir ao Museu da Electricidade ver a exposição World Press Photo no Museu da Electricidade e, no geral, gostei do que vi. Posso dizer que, como já imaginava, não tive estômago para ver todas as fotografias com atenção. Há muitas imagens que retratam ambientes de guerra, com pessoas gravemente feridas e cadáveres, que me impressionam e chocaram muito. Juntem-se a estas as fotografias de animais mutilados e sacrificados e as imagens de pessoas executadas (como, por exemplo, aquela em que estão cerca de quatro ou cinco homens enforcados). Compreendo a importância e relevância destas fotografias, que revelam um excelente trabalho de fotojornalismo, mas elas mexem muito comigo, motivo pelo qual gosto e ao mesmo tempo não gosto delas. Acho que esta sensação que provocam em mim ainda enfatizam mais o bom trabalho dos seus fotógrafos.
As fotografias de desporto são completamente diferentes, tornando-se, até, mais artísticas. Gostei muito destas.
Vi fotografias de que gostei, outras que me chocaram e algumas que não me disseram nada, nem sei se as percebi... Até recomendaria a exposição, mas já a visitei no seu último dia. No entanto, as fotografias estão disponíveis online, para quem as quiser ver.

domingo, 13 de maio de 2012

Livro - Esteiros

"Para os filhos dos homens que nunca foram meninos".

Não é uma história. Pelo menos, não como as histórias que costumamos ler: as que têm princípio e têm fim, mesmo que seja um fim aberto. Esta não é assim. Esta é apenas um relato de um ano na vida de vários rapazitos - Gaitinhas, Gineto, Sagui, Maquineta, Pirica, Coca, Guedelhas e Malesso - crianças que deixam a escola (ou nem sequer lá passam), porque é preciso ganhar dinheiro para a família. São crianças que roubam fruta dos pomares, porque sentem fome, que pedem esmola, porque a Fábrica Grande não lhes dá trabalho.
Esteiros é simplesmente o dia-a-dia de um grupo de amigos que passa a vida nas ruas, até chegar o verão e a oportunidade de irem, finalmente, trabalhar para os esteiros. É um sucessivo relato da miséria do povo português na primeira década do século XX, em Portugal, em que crianças praticamente analfabetas trabalhavam como homens. Porque era preciso ajudar a família que, embora pobre, continuava a crescer. Ou porque os meninos queriam mesmo comprar um par de botas ou um fato azul novo.
Não é um livro para qualquer leitor. Não é para os "netos" do Arturinho... É para quem já tenha ouvido histórias como as destas crianças, contadas na primeira pessoa pelos avós, tal como os meus avós já me contaram a mim. É para revermos os nossos avós nesta narrativa e termos mais respeito pelos sacrifícios que a sua geração fez.