Li recentemente O Rapaz do Pijama às Riscas e gostei muito. Três "Nãos": não cansa, porque tem capítulos curtos; não aborrece, porque a personagem principal é uma criança e a sua inocência dá entusiasmo à leitura; não é infantil, porque permite ao leitor perceber a seriedade das situações percepcionadas pela personagem principal, apesar da sua imaturidade. Dá vontade de ler sem parar e a história parece melhorar a cada página que se lê. Surpreendente até à última página!
terça-feira, 30 de março de 2010
Cinema - Alice no País das Maravilhas
Foi tarde, mas foi! Ainda que me tivessem dito que ver Alice no País das Maravilhas em 3D não fazia assim tanta diferença da versão normal, não tive outro remédio a não ser usar os óculos e ver mesmo em 3D. Praticamente não há cinemas na região de Lisboa com a outra versão (só se vi mal) e ficar sem ver a Alice é que não!
De facto, o 3D não torna o filme mais espectacular do que seria, mas devo admitir que, em certas situações, fica bem (por exemplo, quando aparece o gato e a borboleta).
Não se deixem, contudo, enganar pela existência de uma versão dobrada em Português. O filme não é para crianças, até porque, se conhecerem o trabalho de Tim Burton minimamente, saberão que há sempre uma ou outra coisa mórbida e nós não queremos os meninos assustados, não é?
Para quem gosta dos filmes de Burton, é, sem dúvida, um "must"!
A julgar pelas salas de cinema esgotadas, já quase todos os interessados devem ter visto o filme. Mas para os que não viram, fica o trailer, para não fugir ao hábito.
segunda-feira, 15 de março de 2010
O Amor em Neruda
Estes dois poemas são ambos do poeta chileno Pablo Neruda e foram retirados de Presentes de um Poeta. A tradução é de Thiago de Mello.
«Eu te nomeei rainha.
Existem mais altas que tu, mais altas.
Mais puras do que tu, mais puras.
Mais belas do que tu, mais belas.
Mas tu és a rainha.
Quando vais pelas ruas
ninguém te reconhece.
Ninguém vê a coroa de cristal, ninguém vê
o tapete de ouro vermelho
que pisas por onde passas,
o tapete que não existe.
E apenas apareces
cantam todos os rios
em meu corpo, as campanas
estremecem o céu,
e um hino enche o mundo.
Somente tu e eu,
somente tu e eu, amor meu,
o escutamos.»
«Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Posso escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e os astros, azuis, tiritam na distância."
Gira o vento da noite pelo céu e canta.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Tanto a amei, e às vezes ela também me amou.
Em noites como esta eu a tive entre os meus braços.
Beijei-a tantas vezes debaixo do céu infinito.
Ela me amou, e às vezes eu também a queria.
Ah, como não amar seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.
Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E cai o verso na alma como na relva o orvalho.
Que importa que meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.
Isso é tudo. Bem longe alguém canta. Lá longe.
Minha alma não se conforma com havê-la perdido.
Como para trazê-la meu olhar a procura.
Meu coração a busca, e ela não está comigo.
A mesma noite faz branquear as mesmas árvores.
Mas nós, os de outrora, já não somos os mesmos.
Já não a quero, é certo, porém quanto a amei.
Minha voz ia no vento para roçar-lhe o ouvido.
De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
Sua voz, seu corpo claro. Seus olhos infinitos.
Já não a quero, é certo. Mas talvez ainda a queira.
Como é tão breve o amor, tão longo o esquecimento.
Porque em noites como esta eu a tive entre os meus braços,
Minha alma não se conforma com havê-la perdido.
Ainda que seja esta a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que eu lhe escrevo.»
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A Alice ía sendo uma desilusão
No fim-de-semana passado, fui com a minha cara-metade ao cinema. Na verdade, fui para junto do cinema. A nossa intenção era ver Alice no País das Maravilhas, mas acabámos por não ir porque os únicos lugares vagos eram separados.
Só quando cheguei a casa e olhei bem para o panfleto do cinema com a descrição dos filmes em exibição, percebi que a sessão que nós íamos ver era a da versão portuguesa. Detesto filmes dobrados (excepto se forem desenhos animados)!! Ainda por cima, a versão original nem sequer calhava a horas em que a pudéssemos ver. Que desilusão teria sido chegar à sala de cinema para ver finalmente a Alice e depois ter aquela "bela" surpresa. Nunca fiquei tão feliz por não poder ir ver um filme!
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O regresso
Após a primeira semana de aulas, devo dizer que já me sinto exausta. Estou a gostar das aulas e já sinto com grande entusiasmo o desafio proposto pelas cadeiras que se adivinham mais difíceis e trabalhosas do que as dos semestres anteriores! Mas o meu organismo parece estar demasiado habituado à calma dos dias da pausa semestral: tenho fome durante as aulas, sinto-me satisfeita quando tento comer nos intervalos, tenho sono durante as aulas, estou bem desperta às horas em que me deveria deitar (mesmo tendo de acordar cedo todos os dias, não consigo adormecer a horas decentes). Fora isto, tudo vai bem. Gostaria de tentar puxar por mim mesma e dizer entusiasmada, como dizia no semestre passado, que vou ter 16 a todas as cadeiras. Infelizmente, não me parece muito provável que vá acontecer, mas mais vale não pôr de lado essa hipótese e mantê-la no topo da lista dos meus objectivos!
terça-feira, 9 de março de 2010
Educação e educação
«Francesca esforçara-se por explicar Yeats aos estudantes de Winterset, mas nunca conseguira estabelecer contacto com a maioria deles. (...) os preconceitos contra a poesia, que era vista como pouco viril, até mesmo no caso de Yeats, eram difíceis de ultrapassar.
(...)
Os poetas não eram bem-vindos naquele lugar. Os habitantes de Madison County gostavam de dizer, para compensar o sentimento de inferioridade cultural que infligiam a si mesmos: "É um bom lugar para educar crianças." E a Francesca apetecia-lhe sempre responder: "Mas será um bom lugar para educar adultos?"»
Robert James Waller, As Pontes de Madison County
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